No silêncio pesado do caminho,
ouviu-se um passo, cadenciado
na firmeza das horas decisivas.
A sentinela bradou:-
-Quem vem lá?
O Homem podia ter respondido
qualquer coisa parecida
com: «Gente de Paz!...»
Mas não....
Onde a paz,
se no seu peito
ardiam agonias enraivadas,
se nos seus olhos boiavam
visões de fogo e de morte,
e as suas mãos
(Ó belas, generosas mãos!)
vinham ainda tintas
de sangue dos camaradas?...
Não trocou portanto as falas.
Respondeu simplesmante, sombriamente:
--EU!
E a sentinela,
varou-o com três balas.
Lisboa, Maio, 1949 Alda Lara.
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