quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O Demónio é ìndio

Os conquistadores cumpriram a missão de devolver a Deus o ouro, a prata e outras várias riquezas que o Demônio havia usurpado.

Os conquistadores descobriram que o Demo, quando expulso da Europa, tinha encontrado refúgio na América.

Nas ilhas e nas praias do mar do Caribe, beijadas dia e noite por seus lábios flamejantes, habitadas por seres bestiais que andavam nus, tal como o Demónio os havia colocado no mundo, que adoravam o Sol, a Terra, as Montanhas, os mananciais e outros demónios disfarçados de deuses, que chamavam de jogo ao pecado carnal e o praticavam sem horário nem contrato; que ignoravam os dez mandamentos e os sete sacramentos e os sete pecados capitais, que não conheciam a palavra pecado nem temiam o Inferno, que não sabiam ler nem tinham nunca ouvido falar do direito de propriedade, nem de nenhum direito e que, como se tudo isso fosse pouco, tinham o costume de comerem uns aos outros. E crus.

A conquista da América foi uma longa e difícil tarefa de exorcismo. Tão arraigado estava o Demónio nestas terras, que quando parecia que os índios se ajoelhavam devotamente ante a Virgem, estavam na realidade adorando a serpente que ela esmagava com o pé; e quando beijavam a Cruz não estavam reconhecendo o Filho de Deus, mas estavam celebrando o encontro da Chuva com a Terra.

Os conquistadores cumpriram a missão de devolver a Deus o ouro, a prata e outras várias riquezas que o Demónio havia usurpado. Não foi fácil recuperar o tesouro. Ainda bem que de vez em quando recebiam alguma pequena ajuda de lá de cima. Quando o dono do Inferno preparou uma emboscada num desfiladeiro, para impedir a passagem dos espanhóis em busca da prata de Cerro Rico de Potosi, um arcanjo baixou das alturas e lhe deu uma tremenda surra.

obs: respigado da Net

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