sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

"Soneto de Inês"

Dos olhos corre a água do Mondego
os cabelos parecem os choupais
Inês! Inês! Rainha sem sossego
dum rei que por amor não pode mais.

Amor imenso que também é cego
amor que torna os homens imortais.
Inês! Inês! Distância a que não chego
morta tão cedo por viver demais.

Os teus gestos são verdes, e os teus braços
são gaivotas poisadas no regaço
dum mar azul turquesa intemporal.

As andorinhas seguem os teus passos,
e tu morrendo com os olhos baços.
Inês! Inês! Inês de Portugal.

José Carlos Ary dos Santos

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